As indústrias de petróleo e petroquímica ainda absorvem a maior parte da mão de obra qualificada em inspeção de ultrassom. O setor oferece salários mais altos, mas exige profundo conhecimento teórico e grande capacidade técnica do profissional, que precisa lidar com equipamentos de alta tecnologia. Apesar disso, inspetores de ultrassom também podem atuar em diversas outras áreas: metalúrgica, siderúrgica, papel e celulose, aviação, naval, indústria automotiva, ferroviária, de mineração, construção civil, entre outras.

Com 30 anos de profissão, o engenheiro mecânico industrial e instrutor do curso de inspeção de ultrassom da Cetre, José Roberto Garcia Miranda, explica algumas peculiaridades do trabalho do inspetor de ultrassom nos diferentes setores. "Na área ferroviária, por exemplo, o ultrassom inspeciona desde trilhos, eixos de locomotivas, vagões e rodas até soldas aluminotérmicas da via permanente. Há grande necessidade de mão de obra especializada neste área", afirma o engenheiro. Miranda também cita o exemplo das indústrias de aviação, onde o ultrassom inspeciona componentes de estrutura do avião, do trem de aterrissagem, da asa, sempre com procedimentos de inspeção específicos para o sistema. "Há técnicas específicas que podem ser agregadas ao conhecimento do inspetor - como Corrrentes Parasitas (CP), Ensaio Radiográfico (ER) e Líquido Penetrante (LP) - cada uma com seu papel definido e com o objetivo de garantir a confiabilidade e segurança da aeronave", explica. O curso de inspetor de ultrassom da Cetre é voltado ao ensaio em solda nas áreas petrolífera e petroquímica - áreas de maior atuação dos profissionais. "Porém, a teoria e a prática desenvolvidas no curso podem, com certeza, ser aplicadas em outros segmentos devido à grande qualidade a que chegam esses profissionais ao final do curso".